Quando a saúde é mesmo para todos
Em 2003, a Saúde Prime (marca comercial do Grupo Future Healthcare) tornou-se a primeira entidade a comercializar planos de saúde no mercado português. Em 2010, acrescentou os seguros de saúde ao portefólio. Duas décadas volvidas desde a sua fundação, a empresa disponibiliza produtos de saúde que permitem o acesso a uma rede médica de mais de 42 mil prestadores a nível nacional, além de proporcionar o acesso a serviços médicos domiciliários e em regime de telemedicina, bem como a um conjunto alargado de comodidades ao nível digital.
Tudo para garantir “Saúde para Todos”. De resto, esta é a missão da Saúde Prime, que tem vindo a inovar no sentido de garantir que os seus Planos de Serviços Médicos e Seguros Managed Care são adaptáveis às necessidades (e carteiras) de todos os clientes. «O segredo consiste em fazer as perguntas certas e perceber efectivamente o que o cliente necessita. Na Saúde Prime temos um grande foco no serviço ao cliente, auditamos todas as chamadas e somos certificados pela qualidade», sublinha em entrevista Solange Gregório, head of Portugal Retail da Saúde Prime.
A Saúde Prime foi a primeira entidade a comercializar Planos de Serviços Médicos em Portugal. Que disrupção trouxe ao mercado?
Na sua génese, a Saúde Prime entendeu que era o momento de fazer a diferença e de protagonizar um projecto na área da Saúde que pudesse criar condições para todos, com um conceito único de resposta: “Saúde para Todos”. Com atendimento personalizado, desenvolveram-se diversos serviços que, combinados, mudaram o paradigma do mercado, acrescentando um novo segmento, o dos planos de saúde, que permitiam a todos um acesso aos mais prestigiados especialistas, sem exclusões nem limites de utilização. Começou por ser uma sociedade de duas pessoas e, passados 20 anos, contabiliza cerca de 300 pessoas em cinco geografias, tendo evoluído para um dos principais grupos neste segmento de actividade em Portugal.
A nossa perspectiva é muito simples. Em primeiro lugar, queremos “proporcionar aos nossos clientes acesso às melhores condições de saúde, vida e bem-estar” – é, aliás, a nossa missão. Isso significa que todos os nossos produtos têm por base prestar serviços médicos domiciliários e em telemedicina, através de uma rede médica de prestadores convencionada – estamos neste caso a falar dos planos. Depois, temos os mecanismos de financiamento desses cuidados, onde entram os seguros de saúde. A nossa disrupção consiste em trazer para o sector uma nova estrutura de produtos e o uso da tecnologia como um pilar fundamental da nossa actividade.
E como é que foi acompanhando e respondendo ao surgimento da concorrência?
Nascemos já numa geração tecnológica diferente, em que há uma transformação no sector da Saúde. Na Saúde Prime, tudo se concentra numa plataforma tecnológica cloud-based, integrada, escalável e modular. Com esta abordagem, trouxemos uma novidade ao mercado português, em que a forma de relacionamento com os clientes é digital e isso representa uma grande vantagem.
Desde a área reservada a clientes (com pedido de reembolsos simplificados através do envio de uma fotografia, como exemplo), cartões virtuais, telemedicina (através de uma clínica virtual do grupo que utiliza tecnologias de diagnóstico remoto), à plataforma de elegibilidade que utilizamos junto dos prestadores, que é nativa e cuja tecnologia vai sendo sempre incrementada. Todos estes projectos já estavam em curso, mas foram acelerados pela pandemia de Covid-19.
Temos sido precursores de grande parte das inovações, ainda que não tenhamos ficado com os “louros” – só o mercado mais especializado terá essa noção.
Como está estruturada a oferta de planos e seguros de saúde da Saúde Prime?
A nossa oferta estrutura-se basicamente em dois produtos: os Planos de Serviços Médicos e os Seguros Managed Care.
Os planos são produtos em que o cliente acede de forma imediata ao médico, seja chamando-o a casa ou usando a telemedicina. Além disso, não oferecem limites à idade, à utilização, nem às doenças pré-existentes. Oferecem ainda o acesso à rede convencionada, onde os clientes têm disponíveis valores de actos médicos tabelados. Subscrevem e utilizam de imediato, tudo isto com um value for money incrível.
Existem planos generalistas que abrangem todas as especialidades de ambulatório (onde as consultas têm um custo de 35 euros) e também internamento e cirurgias (neste caso, ainda que aqui não exista um valor fixo, nem tão homogéneo, também está tudo tabelado) e um plano dedicado à estomatologia, que cobre uma grande procura no mercado e uma “falha” no SNS.
Os Seguros Managed Care são os produtos mais “clássicos” do mercado, com risco associado, em que os clientes procuram normalmente uma protecção de cirurgia e ambulatório como principais coberturas, ainda que tenham também coberturas de parto, estomatologia, próteses e ortóteses, entre outras. Damos o exemplo das consultas, que têm um custo de 15 euros, dos internamentos e das cirurgias, que representam um valor de 10% do custo total (mínimo 250 euros e máximo 500 euros).
Na Saúde Prime, o cliente pode subscrever tanto um plano com um seguro totalmente online, através do nosso site. Ambos têm as suas vantagens e servem os seus propósitos, há clientes para os quais os planos são perfeitos e outros para os quais os seguros são o indicado.
Os produtos Saúde Prime dão acesso a uma rede médica de 42 600 prestadores a nível nacional. Quais os principais parceiros da empresa?
Esta é também uma das nossas grandes vantagens face à concorrência, complementar às consultas domiciliárias e de telemedicina que prestamos. A nossa cobertura, em termos de rede médica, é basicamente de 100%, ou seja, dos prestadores que estabelecem parcerias com seguradoras, nós temos basicamente a mesma estrutura de negociação. Estamos, portanto, com uma polarização a nível nacional que nos permite assumir que estamos verdadeiramente em todo o território e nos grandes grupos hospitalares – algo que muitos da concorrência, especialmente se nos cingirmos aos planos, não podem dizer e, se o fizerem, estão a ser claramente imprecisos!
Que mudanças vão impactar o negócio da Saúde Prime?
Queremos continuar a acompanhar e até, como muitas vezes temos feito, liderar nalgumas vertentes da inovação. São muitos os desafios destes sectores, sendo o da pressão demográfica o maior, uma vez que felizmente estamos a viver cada vez mais, mas precisamos de mais tratamentos, mais prevenção, mais manutenção da nossa saúde e isso vai implicar um maior dispêndio durante os próximos anos. Outro será aquele a que a marca se propõe desde sempre – “Saúde para Todos” – e, englobando o factor do aumento da esperança média de vida, soma- se a grande questão de como e até onde a área privada será complementar ao acesso universal à saúde no nosso País. Estas linhas definem e impactam claramente a nossa gestão e o negócio do sector privado.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Saúde”, publicado na edição de Novembro (n.º 328) da Marketeer.